"Docendo Discitur"

sexta-feira, julho 26, 2013

Dinheiro Carimbado

O governo federal para diminuir a resistência e conseguir manter o veto ao fim da multa de 10 % do FGTS em caso de demissão, lança agora a idéia de vincular a multa ao programa Minha Casa, Minha Vida.

A vida e a experiência  nos ensinam que, para governos perdulários,  não existe "dinheiro carimbado".  Caiu no caixa do governo, o dinheiro "sumiu". 

Assim foi com a CPMF que aprovada em 1.996 com alíquota de 0,20% e renovada (em 2.002 e 2.004) com alíquota de 0,38 %  (alíquota  vigente a partir do ano de 2.000),  com o mote de ser direcionada exclusivamente para a área da Saúde, simplesmente “sumiu”, dragada pelo custeio da máquina governamental.  Que o diga a área da Saúde que a cada dia mais está na UTI,  a despeito dos bilhões de reais que foram arrecadados pela CPMF no período de 1996 a 2007.

O que poucos sabem é que continuamos a pagar a famigerada CPMF,  agora travestida de IOF, por conta e obra do governo Lula que, tão logo o legislativo a extinguiu em dezembro de 2007, tratou de aumentar o IOF em 0,38 % (a mesma  alíquota da CPMF), porém sobre outra base tributária, ou seja,  juros, câmbio, seguros e operações financeiras, e não mais sobre qualquer movimentação financeira.

Cabe mencionar que quando o IOF foi elevado em 2008  a taxa Selic era de 11,25% a.a..  A partir de 2.012 o governo passou  a pressionar o mercado para reduzir a taxa Selic, trazendo-a  até o patamar mínimo de 7,25 % a.a.,  sem contudo extinguir ou reduzir o IOF sobre os financiamentos,  o que o tornou mais oneroso nos juros cobrados.  Ocorre que o peso do IOF sobre a taxa de juros tem pouca visibilidade, visto que apenas aumenta o valor das parcelas dos financiamentos, prêmios de seguros e operações de câmbio.

Assim, recomenda-se cautela com promessas de vinculação da multa do FGTS para esse ou aquele programa governamental, pois no final das contas o volume arrecadado só serve para atingir o superávit fiscal, cobrir o custeio da máquina federal ou financiar grandes empresas que contam com as graças dos governantes de plantão.